Sejam bem-vindos queridos leitores ao novo blog da Gladys Artigos Religiosos. E para começar essa nova fase de um jeito especial publicaremos um série de artigos sobre Maria Santíssima, intitulado Maria, Mãe de Todos em homenagem ao dia das mães que comemoraremos no próximo mês. Então, leiam agora o primeiro artigo da série: Maria, a escolhida.

A infância de Maria

A Bíblia não nos traz informações sobre a infância de Maria. Filha de Santa Ana e São Joaquim o pouco que sabemos a respeito deste período de sua vida nos é trazido pela tradição Cristã. Certamente, o momento mais importante refere-se ao da sua apresentação no templo comemorado pela Igreja Católica todo dia 21 de novembro.

Concebida sem pecado, como veremos em um próximo artigo sobre sua Imaculada Conceição, Maria sempre esteve livre da mancha original trazida por Adão e Eva e que nos afastou de Deus. Assim, desde seu nascimento, Maria sempre teve um relacionamento próximo com Deus. Como a própria Virgem revelou à Santa Brígida da Suécia[1] em suas aparições “seu único desejo era o de servir a Deus”. Por isso, ela estudava a Sagrada Escritura junto aos seus pais e sabia que o Salvador haveria de nascer naquela região.

Anunciação do anjo

E foi com essa disposição interior de servir a Deus que ela recebeu a visita do arcanjo Gabriel que a saudou: “Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo” (Lc 1,28). A mensagem do anjo era importante: “Eis que conceberás e darás a luz um filho e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo” (Lc 1, 31-32a).

Neste momento, o evangelista São Lucas nos narra a simplicidade e humildade de Maria que responde “Eis aqui a serva do Senhor. Aconteça comigo segundo a tua palavra” (Lc 1,38). E foi com o sim de Maria que começou a história de nossa salvação.

Podemos refletir como aquela gestação poderia trazer inúmeros problemas para Maria, afinal ela era jovem e estava prometida em casamento a José e naquela época a condenação por traição era a morte por apedrejamento, como vemos na passagem da mulher adúltera (Jo 8, 1-11). Mas Maria confiava na providência divina e assumiu o seu sim com toda a coragem que uma missão desta necessitava porque ela era a Mãe do Salvador.

Maria visita sua prima Santa Isabel

E foi reconhecendo o seu papel de serva diante do Senhor que Maria foi visitar sua prima Isabel. Foi neste encontro que recebemos uma das mais belas passagens da bíblia relacionada à Maria: o seu cântico de louvor, conhecido como Magnificat:

“A minha alma engradece o Senhor,

E rejubila meu espírito em Deus, meu Salvador,

Porque olhou para a humildade de sua serva.

Eis que de agora em diante me chamarão de bendita todas as gerações

Porque o poderoso fez por mim grandes coisas:

O seu nome é santo,

Sua misericórdia passa de geração em geração

Para os que o temem.

Mostrou o poder de seu braço,

E dispersou os que se orgulham de seus planos.

Derrubou os poderosos de seus tronos,

E exaltou os humildes.

Encheu de bens os famintos

E os ricos despediu de mãos vazias.

Acolheu Israel, seu servo,

Lembrando-se de sua misericórdia, conforme o que prometera a nossos pais

Em favor de Abrão e de sua descendência, para sempre”.

O nascimento de Jesus

Para Maria, o nascimento de seu filho Jesus foi o momento mais sublime de todos. Poder pegar nos braços Aquele que era ao mesmo tempo seu filho e seu Salvador foi motivo de grande alegria para ela. Mas, apesar da alegria que a chegada de seu filho trouxe, a vida de Maria, José e Jesus, não teve nenhuma facilidade.

Começando pelo parto que aconteceu no período no qual Maria e José haviam viajado de Nazaré para Belém, para o recenseamento ordenado pelo imperador Augusto. Como a cidade encontrava-se cheia não acharam hospedagem disponível e se viram obrigados a ficar em um espaço destinado ao descanso dos animais.

Ainda assim, Maria envolveu Jesus em faixas e o colocou em uma manjedoura com todo o seu amor. E Jesus pôde ser adorado e reverenciado pelos anjos, pelos humildes pastores da região e pelos reis magos.

Apresentação de Jesus no templo

José e Maria levaram Jesus para ser apresentado no templo seguindo a lei na época de que “Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor” (Lc 2,23). Um momento de grande devoção e alegria para a sagrada família.

E foi neste momento que Simeão, movido pelo Espírito Santo, disse a Maria que uma espada atravessaria sua alma. Podemos perceber que a vida de Maria sempre esteve repleta de alegria por ser escolhida a Mãe do Salvador, mas também havia sofrimentos, dificuldades e tristezas em sua vida.

Perda de Jesus no templo

Um momento de grande sofrimento e angústia para Maria e José foi a perda do menino Jesus no Templo em Jerusalém, por ocasião da Festa da Páscoa. Pensando que estivesse na caravana formada por amigos e familiares, os pais de Jesus caminharam a distância de um dia antes que sentissem sua falta. Não o encontrando voltaram a Jerusalém.

Encontraram Jesus três dias depois, sentado no templo entre os doutores da lei. Ao vê-lo Maria o indagou: “Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu, aflitos, te procurávamos” (Lc 2,48). As palavras saíram do fundo do coração de uma mãe angustiada com o desaparecimento do filho.

Maria nossa grande intercessora

Conhecida na história da Igreja Católica como a medianeira das graças de Deus junto a nós, Maria começou a exercer o seu papel de intercessora ainda em vida quando nas bodas de Caná, na Galiléia, ela percebeu que já não havia mais vinho na festa e isso poderia arruinar o casamento – que naquela época durava de três a sete dias.

Então procurou o seu Filho e o avisou que o vinho havia acabado e mesmo que a resposta de Jesus possa ter sido contrária ao teu pedido dizendo “Mulher, o que temos nós a ver com isso? Ainda não chegou a minha hora”, Maria simplesmente disse aos que estavam servindo “Fazei tudo o que ele vos disser” (Jo 2,4).

E foi assim, com um simples pedido, mas uma imensa confiança na ação de seu Filho Jesus, que as seis talhas de água viraram vinho. E é assim, que mesmo as situações mais difíceis de nossas vidas, quando confiadas às mãos de Maria, encontram uma solução eficaz.

Maria fica de pé

Sem dúvida, o momento mais difícil e doloroso da vida de Maria foi a morte de seu Filho. Vê-lo sendo condenado a uma morte na cruz injustamente e sendo chamado de mentiroso, abandonado por seus discípulos e amigos, levando bofetadas e cusparadas, ser flagelado até que seu corpo todo estivesse banhado de sangue, ser coroado de espinhos ferindo sua Sagrada Face, a mesma que ela acariciava quando ele era bebê, certamente lhe trouxe uma imensa tristeza.

Maria se viu envolta a tanta dor e sofrimento que seus olhos mal podiam olhar o corpo desfigurado de seu Filho. Portanto, tudo o que podia fazer era permanecer em pé diante da cruz.  Não bastasse tamanha dor e humilhação à que condenaram Jesus ainda o transpassaram com uma lança, na qual ela viu jorrar água e o precioso sangue de seu Filho.

Ainda na cruz, Jesus lança um olhar amoroso para Maria e a entrega aos cuidados de seu discípulo amado dizendo a Maria “Mulher, aí está o teu filho” e para João “Aí está a tua mãe” (Jo 19,26-27). Assim, Maria assumiu a maternidade de toda a humanidade e nós recebemos de Jesus o mais valioso presente: a sua própria mãe.

Ao receber seu Filho morto em seus braços sua única consolação eram as palavras do arcanjo Gabriel que ressoavam dentro de si “Ele será chamado Filho do Altíssimo”. Portanto, ela sabia que aquele não era o fim. Ela sabia que Jesus estava destinado a um reino de Glória porque era o Filho de Deus.

Maria, nossa corredentora

Então, ela se resignou em fazer da vontade do seu Filho a sua própria vontade, como o tinha feito durante toda a sua vida, e aceitar a cruz de Jesus, que de certo modo, também foi sua, assumindo o papel de corredentora da nossa salvação porque foi para essa missão que ela foi escolhida por Deus Pai.

No próximo artigo veremos a importância do papel de Maria dentro da Igreja. Mas não deixe de dizer nos comentários a sua opinião sobre este artigo:

 

[1] Livro “As profecias e revelações de Santa Brígida da Suécia”, livro 1, capítulo 10.

 

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