Como vimos no último artigo, São Bento ficou muito conhecido na história da Igreja Católica pela fundação de sua ordem religiosa que conta com dezenas de monastérios que todos os anos suscitam novas vocações religiosas. Mas este não é o único fato que faz com que São Bento ainda seja muito venerado no dia de hoje.

 

Poderoso intercessor contar o mal

 

São Bento é invocado como um forte intercessor no combate espiritual e sua oração é poderosíssima no combate aos males mais difíceis como vícios da droga e do álcool, no combate ao desemprego, na cura da depressão. São muitos os relatos de vitórias nas situações mais adversas devido à intercessão do Santo.

Todo esse poder de intercessão de São Bento já era manifestado em vida. Ao chegar ao Monte Cassino com seus seguidores, encontra um templo antiquíssimo dedicado ao culto de Apolo e resolve ali construir seu monastério. Aonde era o templo ele ergue um oratório consagrado à São Martinho de Tours e onde era seu altar, um oratório à São João.

No local, o demônio lhe aparecia em chamas e todos podiam ouvir seus gritos, mas somente São Bento o via e o demônio lhe gritava: “Bento, Bento. Maldito és tu, e não bendito. Que tens tu comigo? Por que me persegues?”

Outra vez foi ver um monge cujo o abade lhe havia reclamado sempre fugir da oração em abstração e desatenção. São Bento tomou São Mauro e foram lhe ver. São Bento então disse: “Estais vendo quem que arrasta para fora o monge”. São Bento orou e São Mauro pode também ver o pequeno demônio que atormentava o monge. Ele aplicou ao irmão varadas e expulsou o demônio que nunca mais voltou a perturbá-lo.

 

Medalha de São Bento

 

As primeiras medalhas foram confeccionadas dentro do Mosteiro Cassino e como símbolo principal carregam a cruz, muito usada por Bento em diversas situações de sua vida, inclusive naquelas em que evitou por várias vezes a sua morte. Para Bento, o sinal da cruz era como um sinal de coisas boas sendo feitas, um sinal de vitória contra o mal e a morte.

A medalha de São Bento é um dos maiores símbolos e heranças deixadas por esse santo. Com o uso da medalha e das orações de proteção de São Bento todos os cristãos são convidados a combaterem o bom combate e a saírem vitoriosos sobre os males e inimigos que os afligem.

A medalha sofreu muitas variações ao longo dos séculos e nas mais antigas é possível encontrar a figura de São Bento rodeada pela frase em latim “Eius in obitu nostro presentia muniamur” (que a hora de nossa morte, nos proteja tua presença).

 

As medalhas mais atuais tem as seguintes características:

 

Na frente da medalha são apresentados uma cruz e entre seus braços estão gravadas as letras C S P B, cujo significado é, do latim: Cruz Sancti Patris Benedicti – “Cruz do Santo Pai Bento”.

Na haste vertical da cruz leem-se as iniciais C S S M L: Crux Sacra Sit Mihi Lux – “A cruz sagrada seja minha luz”.

Na haste horizontal leem-se as iniciais N D S M D: Non Draco Sit Mihi Dux – “Não seja o dragão meu guia”.

No alto da cruz está gravada a palavra PAX (“Paz”), que é lema da Ordem de São Bento. Às vezes, PAX é substituído pelo monograma de Cristo: I H S.

A partir da direita de PAX estão as iniciais: V R S N S M V: Vade Retro Sátana Nunquam Suade Mihi Vana – “Retira-te, satanás, nunca me aconselhes coisas vãs!” e S M Q L I V B: Sunt Mala Quae Libas Ipse Venena Bibas – “É mau o que me ofereces, bebe tu mesmo os teus venenos!”.

Nas costas da medalha está São Bento, segurando na mão esquerda o livro da Regra que escreveu para os monges e, na outra mão, a cruz. Ao redor do Santo lê-se a seguinte jaculatória ou prece: EIUS – IN – OBITU – NRO – PRAESENTIA – MUNIAMUR – “Sejamos confortados pela presença de São Bento na hora de nossa morte”.

É representado também a imagem de um cálice do qual sai uma serpente e um corvo com um pedaço de pão no bico, lembrando as duas tentativas de envenenamento, das quais São Bento saiu, milagrosamente, ileso.

Essas inscrições corresponde à oração mais conhecida de São Bento, pois muitos católicos aprendem ainda crianças a reza-la como uma forma de se proteger do mal.

 

 

Instrumento de devoção

 

A medalha de São Bento não é um “amuleto da sorte”. Trata-se de um sacramental, isto é, um sinal visível de nossa fé. Em 1942, o Papa Clemente XIV aprovou o uso da medalha oficializando-a assim como um instrumento de adoração e devoção de fé, ao contrário do que muitos pensavam ser apenas um amuleto de superstição.

O uso habitual da medalha tem por efeito colocar-nos sob a especial proteção de São Bento e nas grandes virtudes da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo! São numerosos os fatos maravilhosos atribuídos à esta medalha. Ela nos assegura poderoso socorro contra as ciladas do demônio e também para alcançar graças espirituais, como conversão, vitória contra as tentações, inimizades etc.

Ao utilizar a medalha somos convidados, a exemplo de Jesus Cristo, a carregar a nossa cruz. Pois é necessário que nossas faltas sejam expiadas; nossa fé seja provada e nossa caridade purificada, para que aumentem nossos méritos.

O símbolo da nossa redenção, a cruz, gravada na medalha não tem por fim nos livrar da prova; no entanto, a virtude da cruz de Jesus e a intercessão de São Bento produzirão efeitos salutares em muitas circunstâncias, a medalha concede, também, graças especiais para hora da morte, pois, São Bento, assim como São José são padroeiros da boa morte.

Numerosos são os benefícios atribuídos ao crucifixo de São Bento. De fato, se usado com fé e com o Patrocínio do Santo protege: das epidemias, dos venenos, de alguns tipos de doenças especiais, dos malefícios, dos perigos espirituais e materiais que o demônio possa causar.

A Santa Sé enriqueceu a medalha com numerosas indulgências: indulgência plenária na hora da morte e indulgência parcial.

 

 O Santo de grandes milagres

 

São Bento mostrou em sua vida possuir muitos dons. Ele tinha o dom da profecia, o poder da bi-locação, enxergava e se movia no astral, ensinou conscientemente através de sonhos, exorcizou, curou, operou ressurreições e sobretudo realizou muitos milagres através de uma oração e de uma benção extremamente poderosas.

Citamos o milagre da ressurreição do filho de um camponês como fonte de inspiração e devoção a este grande santo:

A ressurreição do filhinho de um camponês nos mostra o conhecimento e a humildade de São Bento pois ele relutou muito e disse “Afastai-vos, irmãos, afastai-vos; coisas dessas não cabem a nós, antes são próprias dos Santos Apóstolos. Por que quereis impor-nos cargas que não somos capazes de suportar?”.

O pai da criança, porém, não desistiu até que São Bento lhe atendesse, e este erguendo as mãos aos céus, junto ao corpo do menino, orou: “Senhor, não olhes os meus pecados, mas a fé deste homem que pede, que lhe ressuscite, e faz voltar a este corpinho a alma que dele quiseste levar”. Tão logo ele terminou sua oração o menino voltou a vida.

 

 

 

 

 

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