A vida de São Bento

 

São Bento nasceu em 480, na cidade de Núrsia na Itália. Tinha uma irmã gêmea chamada Escolástica. Seus pais dispensaram cuidados especiais para com os filhos, eram zelosos e vigilantes com tudo aquilo que se referia a educação moral e religiosa. Eram de nobre linhagem, e assim sendo tiveram os melhores formadores e educadores da Europa.

Tão logo alcançou a idade para o ensino superior, Bento foi enviado a cidade de Roma para dar continuidade aos seus estudos. O Império Romano estava em queda, os princípios morais estavam em decadência, o ambiente, em Roma, era de leviandade.

Isso levou o jovem Bento a retirar-se nas montanhas da Úmbria, seguindo o exemplo dos eremitas em uma vida de oração, meditação e exercício para a Santidade. O lugar que escolheu foi um penhasco quase inacessível. Algumas vezes recebia alimentação por meio de um cesto amarrado em uma corda, que um irmão eremita lhe oferecia.

Bento, por três anos, ficou na solidão daquela gruta, mas sua vida de oração e penitência contagiou outros jovens que desejavam fazer a mesma experiência. Inspirado na regra dos mosteiros do Oriente, como as de São Pacômio e São Basílio, Bento procurou adaptar o que melhor encontrou para a sua ordem monástica do ocidente.

 

Fundação dos Mosteiros Beneditinos

 

Não encontrando mais o primitivo sossego de antes, Bento já com 40 anos, segue com os seus para o sul de Roma e lá constrói o famoso Mosteiro de Monte Cassino, o berço da Ordem Beneditina em todos os tempos.

Monte Cassino deveria ser um modelo de vida consagrada, vida comunitária, tendo como superior o abade, vivendo todos a mesma regra e sendo autossuficientes, ou seja, ali se plantava, comia, dormia, eles não dependiam do restante do mundo para suprir suas necessidades básicas.

Os mosteiros beneditinos tiveram uma impressionante expansão por toda a Europa e praticamente, todos os modelos anteriores de eremitérios foram extintos. E foi assim que Bento mudou a forma dos jovens viverem a vida monástica. Ao todo, foram mais de 12 mosteiros fundados por ele ao longo de sua vida.

Os mosteiros beneditinos tornaram-se centros de referência e deles saíram vários nomes e ícones da Igreja Católica. Ao todo, foram 23 papas, 5 mil bispos e cerca de 3 mil santos canonizados. Os Mosteiros sempre foram lugares de aprofundamento da fé e de espiritualidade, para os monges e para as pessoas que os visitam e frequentam.

As mulheres também tiveram a sua vez dentro da doutrina beneditina e lideradas pela irmã de Bento, Santa Escolástica, tiveram a oportunidade de desfrutar de seus ensinamentos adotando também a “Regra de São Bento” e mais tarde ficando conhecidas como monjas beneditinas.

 

Regras de São Bento

 

São Bento elaborou seu livro de regras com definições claras para formar bons cristãos, perfeitos em virtudes, seguindo os ensinamentos de Jesus Cristo, vivendo e praticando os mandamentos e os conselhos evangélicos.

Ao redigir a regra Bento pensou no equilíbrio e na moderação. A regra deveria estar adaptável a todos e a capacidade de cada um. Todos os irmãos se sentindo encorajados nas batalhas cotidianas. O lema Ora et Labora ou Oração e Trabalho é um perfeito equilíbrio entre o tempo de repouso, de trabalho, oração e estudo, na dosagem perfeita, onde a oração era transformada em trabalho e o trabalho em oração, através da fé e da obediência.

Com isso, São Bento diferia do espírito de seu tempo. Um número maior de pessoas podiam ingressar na vida monástica. Seu objetivo era que no mosteiro os fortes encontrem o que desejam e que os fracos não fujam. Orienta os monges com habitual docilidade:

 

“Se aparecer alguma coisa um pouco mais rigorosa, ditada por motivo de equidade, para emenda dos vícios ou conservação da caridade, não fujas logo, tomado de pavor, do caminho da salvação, que nunca se abre, senão por estreito início.” (RB Prol,47s)

 

Apesar de parecer muito rígida e exigente para alguns a Regra de São Bento, ainda nos dias de hoje é o guia perfeito para quem decide viver uma vida de recolhimento e santidade, como nos narra o venerável Abade Marmion:

“Nos propomos de recolhermo-nos na escuta meditativa da Santa Regra para aí buscarmos juntos os traços fundamentais do monge, em particular o traço da mansidão. Pode parecer um contra-senso, mas para sermos mansos é necessário que sejamos fortes; fortes e tenazes na luta contra a soberba, a ira, o egoísmo, a susceptibilidade e todo movimento agressivo da nossa natureza. Jesus Cristo é o modelo supremo. Ele era manso porque tinha em si a força do Espírito de modo tão pleno a ponto de não deixar nenhum espaço para o artifício do maligno”.

 

São Bento vence as tentativas de envenenamento

 

São Bento foi homem de intensa vida de oração, levantava-se às 2h da manhã para orar, jejuava diariamente e trabalhava diligentemente. Era na cruz do Senhor que encontrava forças e com ela operou incontáveis milagres e numerosos exorcismos.

Durante as refeições, São Bento era visitado por um corvo que se alimentava das migalhas que o santo lhe dava. Um dia deram ao Santo pão envenenado, e este tendo conhecimento do perverso plano, pediu ao corvo que levasse o pão envenenado para bem longe onde ninguém pudesse encontra-lo. O corvo foi e fez como São Bento pediu.

Certa vez, São Bento foi convidado a dirigir um monastério onde os monges viviam uma vida desregrada e torta, sendo assim, ao longo do tempo realizou um trabalho árduo governando aquele local como Abade. Um dia, descontentes com o modelo de retidão e disciplina de São Bento, alguns monges tentaram envenená-lo.

Porém, ao fazer o sinal da cruz como de costume antes de beber o vinho, a taça se quebrou mostrando que aquela bebida oferecia risco a vida do Santo. Sendo assim após este evento, São Bento compreendeu que nada poderia mais ser feito por aqueles homens que não conseguiam se adaptar às suas regras e deixou aquele mosteiro.

 

Um santo de grande profecias e combate espiritual

 

São Bento era homem de profecias e grandes revelações, predisse inclusive que o mosteiro de Monte Cassino seria profanado e destruído. O que aconteceu em 850 e em 1944 na 2ª guerra mundial. São Bento morreu no mesmo ano que sua irmã Santa Escolástica, e predisse sua morte e mandou abrir à sepultura seis dias antes de morrer.

No dia 21 de março de 547 poucos dias depois de Escolástica, e estando com 67 anos, o patriarca São Bento entrega sua santa alma ao Senhor e nosso Deus. Após a sua morte, em 547, a imagem e figura de São Bento propagou-se mais e mais o fazendo ganhar o título de “padroeiro da Europa”.

 

 

 

 

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