Resultado de um bem-sucedido trabalho de marketing, a figura do Papai Noel é perceptível em toda decoração natalina de praticamente todos os países, com exceção de algumas poucas regiões. Vestido com uma roupa vermelha com botas e cinto de couro preto, segura um grande saco, também vermelho, repleto de presentes, apesar de ser um homem já bem vivido, dado denunciado por seus longos cabelos e barba brancos. Com pele rosada e saliente barriga, viaja pelo mundo num trenó conduzido por renas. Seu trabalho é o de distribuir presentes às crianças que estiveram bem-comportadas durante todo o ano, deixando-os aos pés da árvore de natal ou em meias dependuradas nas janelas ou lareiras das casas. Outro dado importante é que para adentrar as residências, ele se utiliza das chaminés das lareiras.

Conhecido também como o “Bom Velhinho”, o Papai Noel ou Papai Natal é figura carimbada também nas ruas e até mesmo nas festas íntimas das famílias. Para alegrar as crianças, muitos pais, tios ou atores contratados, se fantasiam à sua maneira e distribuem presentes às crianças ainda acordadas.

Mas o Papai Noel, apesar de ser uma figura bem comum, é também a mais controversa do Natal, pois é um personagem imaginário inspirado numa pessoal real.

Hagiograficamente São Nicolau é o verdadeiro Papai Noel. Era ele um clérigo católico, Arcebispo de Mira, na Turquia, no século 4º. Célebre pela caridade que exercia, costumava ajudar, às escondidas, aos necessitados. Das diversas histórias que envolvem sua figura, é muito conhecido o milagre da multiplicação do trigo. Numa época de grande fome em sua região, ele conseguiu uma boa carga de trigo com alguns marinheiros. Acontece que ao fornecerem todo o trigo ao bispo, para que este pudesse alimentar os pobres, ao retornarem ao navio, encontraram a carga como se nada dali tivesse sido retirado.

 

Com toda certeza, a mais famosa das histórias de São Nicolau é a do auxílio a três irmãs pobres. Naquele tempo, o casamento era negociado entre as famílias. As moças, ou suas famílias, deveriam oferecer dotes à família dos rapazes pretendentes. Acontece que aquelas três irmãs eram de origem miserável, não podendo assim, arcar com os dotes. Além disso, o pai estava com a intenção de fazê-las prostitutas para que pudessem fornecer o sustento da casa. É quando entra em cena São Nicolau. Ele ofereceu a elas as condições para o matrimônio, atirando, de noite, pela janela de sua casa, três sacos com ouro suficiente para os dotes de cada uma delas.

Conta-se também, que o santo costumava colocar um saco com moedas de ouro a ser ofertado nas chaminés das casas, além de presentear as crianças com brinquedos e doces. Esses atos eram realizados anonimamente, mas todos sabiam que era ele.

Após sua morte, foi proclamado santo, sendo a data de comemoração à sua memória, 6 de dezembro. Como esta data ficava não distante do Natal, sua festa foi se unindo ao dia do nascimento de Jesus, sendo um momento oportuno para a troca de presentes, lembrando também seu ato de caridade.

 

Mas como São Nicolau se tornou o Papai Noel?

Em 1822 o escritor americano e professor de literatura grega, Clemente C. Moore, lançou o poema “Uma visita de São Nicolau”. Na obra escrita para seus filhos, Moore tirou São Nicolau da Turquia e o levou ao Polo Norte. Também aqui já aparece o trenó puxado por renas, começando sua mudança. Mas a transformação mais significativa aconteceu 60 anos depois, quando o cartunista Thomas Nast, deu roupas novas para o santo, ficando com o visual mais próximo ao que conhecemos hoje. Mais transformações ainda estavam por vir. No percurso histórico, em 1931 a Coca-cola, numa campanha publicitária que buscava aumentar as vendas de refrigerantes no inverno, “pintou” as roupas de São Nicolau, agora Papai Noel. Antes azul, cor escolhida por Thomas Nast, agora associado às cores do rótulo do refrigerante mais conhecido do mundo, Papai Noel, já gorducho e simpático, ganhava o mundo.

Apesar disso, em alguns lugares São Nicolau (Santa Claus), continua representado à maneira clerical com capa de asperges, mitra e báculo na mão. É necessário recristianizar sua imagem, não sendo ele uma figura com papel comercial para vender refrigerantes ou qualquer outro produto. Ele deve ser um adorador do Cristo e apontar o caminho para Ele, o Deus-conosco.

Se alguém disser que Papai Noel não existe, explique que sim, mas que ele não é do Polo Norte, nem viaja num trenó puxado por renas. Ele é a ação de Deus no mundo, estimulada pelas palavras evangélicas, “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 13, 34-35) ou ainda, “Todas as vezes que fizestes isso – caridade – a um destes mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25, 40). São Nicolau é exemplo para nós, principalmente no Natal.

 

 

 

 

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