A santidade é uma aventura. Geralmente este termo está muito ligado à vitalidade da juventude. Se pensarmos assim, santidade e juventude parecem até sinônimos.

Nos últimos meses têm se popularizado não apenas entre a juventude católica, mas em meio à toda a Igreja a figura do jovem Carlo Acutis (1991-2006), recentemente beatificado. Ele vem despontando como padroeiro da juventude conectada aos meios de comunicação, da internet e das redes sociais.

Obviamente, santos jovens existem desde a antiguidade. Inês, Bárbara, Luzia, Tarcísio e tantos outros, são desde os primórdios do cristianismo invocados. Ao longo da história outras figuras santas surgiram e nos ensinaram, a seu modo, a trilhar os caminhos da salvação.

O que seria da Igreja sem Francisco (c.1181-1226) e Clara de Assis (1194-1253), que com outros jovens revolucionaram a comuna italiana, no século 13? Dois séculos depois, a mística e guerreira Joana d’Arc (1412-1431), lutou pela integridade da França.

Em Lourdes, também na França, no século 19 a Virgem Maria apareceu a Bernadette Soubirous (1844-1879), e 70 anos depois, três crianças tiveram a graça de receber da mesma senhora, agora em Fátima, Portugal, mensagens que conduzem o povo à santidade.

São João Bosco (1815-1888) se preocupou com a juventude e fundou uma congregação religiosa com o intuito de dedicar especial atenção à formação dos jovens para a santidade. Fruto deste primoroso trabalho é São Domingos Sávio (1842-1857).

Santa Maria Goretti (1890-1902) buscou preservar sua virgindade oferecendo-a a Deus. Morreu jovem como mártir. Também jovem, a monja carmelita, Santa Teresinha (1873-1897) tem sido exemplo para nós.

Em momento mais dramático, foi martirizado no México o jovem membro dos cristeros, José Luíz Sánchez del Rio (1919-1928), com apenas 14 anos, vítima da perseguição religiosa. Firme em sua fé ele entregou sua vida para ser todo de Deus.

Como se pode perceber, a santidade não tem idade. Ela deve ser objetivo de todos. De jovens, de adultos, de velhos, de crianças. É aliás, desde a infância que ela deve ser ensinada.

Assim foi com Carlo Acutis que evangelizou através da internet. Ele é o santo de calça jeans, nosso contemporâneo, o que ajuda a nos identificar com ele.

Falou-se a não muito tempo, que a Igreja estava morrendo e que os jovens dela haviam se afastado. Mas isso não passa de uma grande inverdade construída pelo antigo inimigo para desacreditar a ação de Deus por meio dos homens. A Igreja está bem viva e jovem.

Em discurso no ano de 2018, em preparação para o Sínodo da Juventude, o Papa Francisco assim se expressou: “Queridos jovens, o coração da Igreja é jovem precisamente porque o Evangelho é como uma linfa vital que a regenera continuamente. Cabe a nós ser dóceis e cooperar nesta fecundidade (…). Devemos arriscar, porque o amor sabe arriscar; sem arriscar, um jovem envelhece, e a Igreja também envelhece. Portanto, precisamos de vocês, pedras vivas de uma Igreja com um rosto jovem, mas não maquiado: não artificialmente rejuvenescido, mas reavivado de dentro”.

É como se o papa estivesse falando da vida de ação santificadora de Carlo Acutis e de tantos outros. Essa vitalidade no coração de Deus vem sendo cada vez mais descoberta através da vida deste tão querido jovem, que com a idade em que alcançou em vida neste mundo, apenas 15 anos, vitimado por uma leucemia, soube com paciência e esperança experimentar o sofrimento. Ele ensina não apenas aos jovens, mas a todo o povo de Deus.

 

 

Confira os mais variados Artigos Religiosos Católicos em nossa loja virtual.