Iniciamos novembro desejando a santidade não apenas para nós, mas também para aqueles que repousam

Em 1° de novembro celebra-se a tradicional solenidade de Todos os santos. Quando ouvimos pela primeira vez sobre esta celebração, nos vem logo à mente os santos do calendário litúrgico, aqueles reconhecidos oficialmente pela Igreja como Bem-Aventurados. Mas a celebração vai muito além destas figuras. Celebra-se também aqueles que na sua intimidade agiram de maneira santa. São anônimos, por isso numerosos. Uma multidão incontável de pé diante do trono de Deus. (Ap 7, 9)

Todos somos vocacionados à santidade. Fomos convidados pelo próprio Deus: Sede santos, porque Eu sou santo. (Lv 11, 44) e (1°Pd 1, 16)

Maria, aquela que foi escolhida para acolher Deus em seu seio nos lembra a fazermos tudo o que Ele tem a nos dizer. (Jo 2, 5) Foi por seu intermédio que Jesus operou seu primeiro milagre no casamento em Caná da Galileia transformando água em vinho. Se também nós fizermos o que Jesus nos diz, ou seja, praticar os seus ensinamentos, cearemos com Ele no banquete celestial.

A celebração do dia seguinte a 1º de novembro, a comemoração dos fiéis defuntos, está intimamente ligada à solenidade do de todos os santos. Almejando que nossos entes estejam em bom lugar, rezamos a Deus pedindo misericórdia por suas almas. Fazemos lembranças dos bons momentos, sentimos saudades e desejamos estar um dia unidos a eles na glória, um reencontro feliz.

Foi no mosteiro beneditino de Cluny, na Borgonha, região da França, no século 10, que Santo Odilo, abade do mosteiro, instituiu a celebração em memória dos mortos. Pode ser que tenha ele lembrado dos preceitos da Regra de São Bento em que o monge tenha sempre diante dos olhos a morte (RB 4, 47). O monge, assim como todo cristão, deve desejar o céu não apenas para si, mas para todos aqueles que já se foram. A morte é uma passagem para a vida.

Lembrando seus atos de virtude, e das promessas do Salvador de que todos que agirem com caridade para com os pequenos recebam o céu, não por seus atos, mas por graça, também nós quando agimos santamente mais nos assemelhamos a Ele, e d’Ele nos aproximamos.

Na profissão de fé proclamamos acreditar na ressurreição dos mortos e na vida eterna, sentenças tão ricas para nós, e nosso desejo último, desejo este também rememorado na segunda parte da oração da Ave-Maria, quando dizemos: Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Pedimos a ajuda daqueles que já estão em união eterna com Deus. Se fizermos o que eles fizeram estaremos com eles. Sua santidade é espelho para nós. Quer ser santo? Fazei tudo o que Ele vos disser. E ele nos dá um novo mandamento. O de amar uns aos outros como Ele nos amou. (Jo 13, 34) Em outra passagem ele nos diz como fazê-lo: Vinde benditos de meu pai, tomai posse do reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim. (…) Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes. (Mt 25, 34-36.40)

Assim, não terá morte, mas a vida eterna. Pois a morte foi por Cristo derrotada, esmagada em sua ressurreição, promessa também para nós. Ele mesmo nos declara: Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá. (Jo 11, 25-26)

Já no Antigo Testamento, mais especificamente no livro do Deuteronômio, Moisés propõe ao povo a escolher seu destino: Eu te proponho hoje a vida ou a morte, escolhe a vida e viverás. (Dt 30, 19). Percebemos claramente que se trata de uma escolha, respeitando assim, o livre arbítrio, mas ao mesmo tempo lembrando que a melhor escolha é a vida. É uma escolha feliz.

 

 

 

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