Nos capítulos 6 e 7 dos Atos dos Apóstolos na Bíblia, encontramos um longo relato sobre o martírio de Estêvão. Ele foi um dos sete primeiros diáconos da igreja nascente, nomeados e ordenados pelos Apóstolos, logo após a morte e Ressurreição de Jesus, pregando os ensinamentos de Cristo.

Santo Estêvão é chamado de Protomártir, ou seja, ele foi o primeiro mártir de toda a história católica. O seu martírio ocorreu entre o ano 31 e 36 da era cristã.

Detido pelas autoridades judaicas, foi levado diante do Sinédrio (a suprema assembleia de Jerusalém), onde foi condenado por blasfêmia, sendo sentenciado a ser apedrejado (Atos 8). Acompanhe a descrição extraída do livro dos Atos dos Apóstolos:

“Estêvão, porém, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Levantaram-se então alguns da sinagoga, chamados dos Libertos e dos Cirenenses e dos Alexandrinos, e dos da Cicília e da Ásia e começaram a discutir com Estêvão, e não puderam resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava. Subornaram então alguns homens que disseram: ‘Ouvimo-lo proferir palavras blasfematórias contra Moisés e contra Deus’. E amotinaram o povo e os Anciãos e Escribas e apoderaram-se dele e conduziram-no ao Sinédrio; e apresentaram falsas testemunhas que disseram: ‘Este homem não cessa de proferir palavras contra o Lugar Santo e contra a Lei; pois, ouvimo-lo dizer que Jesus, o Nazareno, destruirá este Lugar e mudará os usos que Moisés nos legou’. E todos os que estavam sentados no Sinédrio, tendo fixado os olhares sobre ele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo”.

Estêvão, como pretexto de sua autodefesa, aproveitou para iluminar as mentes de seus adversários. Primeiro, resumiu a história hebraica de Abraão até Salomão, em seguida afirmou não ter falado contra Deus, nem contra Moisés, nem contra a Lei.

Demonstrou, de fato, que Deus se revelava também fora do Templo e se propunha a revelar a doutrina universal de Jesus como última manifestação de Deus, mas os seus adversários não o deixaram prosseguir no discurso, “taparam os ouvidos e atiraram-se todos contra ele, em altos gritos. Expulsaram-no da cidade e apedrejaram-no”.

Estêvão invocou à Deus dizendo: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito”. Depois, tendo posto os joelhos em terra, gritou em voz alta: “Senhor, não lhes leve em conta este pecado”. Dizendo isto, entregou-se ao Pai.

Durante os primeiros séculos do cristianismo, o túmulo de Estêvão achou-se perdido, até que no ano 415, um padre de nome Luciano,disse ter tido uma revelação de onde se encontrava a tumba do mártir, assim foi a descoberta das suas relíquias.

A festa do primeiro mártir é sempre celebrada no dia 26 de dezembro.