Fala-se que foi no dia de Pentecostes que a Igreja teve realmente início. Ensina-se que ela foi fundada por Cristo. Isso é verdade. O Salvador transmitiu seus ensinamentos a seus discípulos mais próximos, que com ele conviveram e o escutaram, recebendo na intimidade a mensagem da vida eterna.

A palavra APÓSTOLO quer dizer ENVIADO. Desta forma, entende-se que os apóstolos são enviados a testemunhar o Cristo, as suas palavras e ações, mas principalmente a testemunha sua ressurreição. Depois do fato milagroso, após três dias no sepulcro, Jesus continuou sobre a Terra ainda por mais 40 dias. Durante este tempo, muitas pessoas, além dos onze, o viram e o ouviram. O fato foi pouco a pouco se espalhando pelas ruas e também no Templo de Jerusalém. Aos discípulos o Mestre ainda tinha algo a lhes transmitir. Dizia Ele que iria embora, mas que não os abandonaria. Com certeza, uma angustia deve ter invadido seus corações, ainda mais após aquela grande alegria de ter entre eles aquele que ressuscitou.

Jesus, porém, lhes garantiu que enviaria uma força para estar junto a eles. Através desta força eles deveriam se espalhar pelo mundo levando tudo aquilo que Ele lhes ensinara, tornado a todos que vierem a ouvi-los, novos discípulos. Esta força é o Espírito Santo, aquele que nos une, nos faz ser um só em Cristo. Foi através de sua ação que a Igreja frutificou. Aqueles apóstolos, alguns deles homens rudes e com pouca instrução, medrosos e confusos, escondidos às portas fechadas, tornaram-se grandes e corajosos pregadores pelos quatro cantos do mundo. O medo deu lugar à força e à coragem.

Alguns dias após a ascensão, reunidos no que ficou conhecido como dia de Pentecostes, no cenáculo, receberam a força prometida, os dons, presentes divinos. Agora suas línguas falavam algo diferente, podendo todos compreender o que eles tinham a dizer. Saíram dos esconderijos, foram às praças. Abriram suas bocas e denunciaram as injustiças, partilharam seus bens com os mais necessitados, tocaram os corações. Levaram a cabo o novo mandamento, o amor.

Suas ações foram registradas no livro bíblico que ficou conhecido como ATOS DOS APÓSTOLOS e também em diversas cartas enviadas a cristãos importantes e a comunidades de fieis com o intuito de encorajá-los na fé. São relatos dos primórdios do cristianismo. Tal desenvolvimento foi intenso e em alguns lugares foi rejeitado. Muitos foram perseguidos, torturados e mortos. Apesar disso, não tiveram medo. Seu sangue fez germinar ainda mais novos cristãos. Foi o Espírito Santo que os fizeram agir assim, a escrever tais feitos, a nos transmitir estas verdades eternas. Passaram pelo mundo fazendo o bem.

PENTECOSTES é o termo grego que significa cinquenta dias depois [da Páscoa]. Assim, a Igreja celebra o tempo pascal justamente num período correspondente a cinquenta dias. Pentecostes é a festa do Espírito Santo. Por isso, é muito comum neste dia se celebrar nas paróquias o Sacramento da Confirmação, da Crisma. As igrejas se ornamentam de vermelho, cor que lembra o fogo do Espírito Santo.

Nos interiores do Brasil são muito populares as Festas do Divino. Manifestação popular que dura muitos dias, com foliões a visitar as casas nos lugarejos distantes, levando a alegria da terceira pessoa da Santíssima Trindade, representada por insígnias, como a Bandeira do Divino, a coroa e cetro. Tal festividade é tão importante em determinadas regiões, como em Minas Gerais e Goiás, que o onomástico de Divino e Divina é bastante comum.

A Igreja continua a missão confiada por Cristo, estimulada pelo Espírito Santo, em todos os países onde está presente. O papa, bispos, padres, religiosos e religiosas e todos os demais fiéis são os instrumentos utilizados por Deus. Para se obter o sucesso sincero, porém, é preciso deixar-se guiar dóceis pelo Espírito, por meios de seus sete dons: sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. Diante da presença destes dons nenhum mal prevalece. Por isso, nada poderá destruir a Igreja, pois ela é a casa do Espírito Santo.

Ao adentrar nesta casa, neste templo sagrado, reconheçamos sua dignidade e grandeza e nos deixemos preencher pelo fogo restaurador do Paráclito. Nos deixemos guiar pelo Espírito salvífico. Deixemos que Ele fale por nós. Assim, seremos realmente verdadeiros apóstolos e apóstolas. Pois tudo que sair de nós, virá Daquele que nos salvou.

 

 

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