Como bem sabemos, o ano litúrgico tem início com o Tempo do Advento, abrindo o ciclo do Natal. Mas há outro importante ciclo que é o da Páscoa, com os tempos da quaresma e pascal.

A Quaresma é o período de quarenta dias distribuídos em cinco semanas, vindo daí o nome quaresma. Trata-se de um tempo de preparação para a Páscoa, por isso é orientado com um esquema que proporciona uma reflexão em vista da conversão por meio das práticas de penitência, como a oração, o jejum e a esmola.

Surgida no século 4º com o intuito de celebrar mais dignamente a Páscoa, buscou-se desde o início que os fiéis se purificassem para a grande celebração da ressurreição, a festa mais importante da Igreja. Antes disso a preparação para as festividades pascais pelos cristãos resumia-se em apenas três dias, o que hoje conhecemos como Tríduo Pascal.

Mas porque quarenta dias? A Bíblia está repleta de símbolos e os números muitas vezes guardam importantes significados. Quarenta faz lembrar o tempo que o Povo de Deus caminhou no deserto, após a libertação do Egito, em busca da Terra Prometida por Deus. Foram quarenta anos a vagar pelo deserto, guiados por Moisés. Da mesma forma, Cristo passou quarenta dias no deserto, onde foi tentado pelo diabo triunfando sobre suas propostas maléficas. Após isso Jesus inicia sua missão. Como o Povo de Deus se preparou para tomar posse da Terra Prometida, como Jesus se preparou para anunciar o Reino prometido, nos quarenta dias da quaresma nós cristãos intensificamos ainda mais os exercícios espirituais que já praticamos durante o ano, a fim de nos prepararmos para o grande acontecimento.

O início da quaresma se dá com a celebração da quarta-feira de cinzas, já uma celebração penitencial. Na verdade, toda a quaresma é um tempo de penitência. Os últimos dias do tempo é o da Semana Santa, terminando na quarta-feira, pois as celebrações a partir da quinta já fazem parte do Tríduo Pascal, como vimos.

É preciso viver intensamente este tempo. Busquemos refletir sobre nossos atos e deixemos que Deus purifique nosso coração. Sejamos generosos com os mais necessitados, oferecendo aquilo de que precisam, não apenas dinheiro ou comida, mas o amor que lhes falta. Verifiquemos como temos tratado as pessoas, tanto parentes, amigos ou até mesmo desconhecidos. Às vezes perdemos a paciência com alguns deles. Então, é bom não deixar que isso atrapalhe nossa vida.

É necessário lembrar que por ser um tempo de penitência, não quer dizer que seja um período de tristeza. Muito pelo contrário. Devemos ser alegres, em todo o tempo. Não podemos nos esquecer também de que o fato de nos empenharmos mais nas práticas penitenciais durante a quaresma deixemos de ser orantes e caridosos durante os outros dias do ano. Estas mesmas práticas devem ser algo que nos diferencie no nosso cotidiano por toda a nossa vida. Devemos nos preparar sempre para a Páscoa, para a nossa páscoa.

Se você já tem uma vida de oração, pode ser que esteja no piloto automático. Reze com mais fervor e consciente daquilo que está pronunciando. Leia a Bíblia e medite o seu conteúdo e claro, pratique. Não adianta nada saber de cór a trechos da Bíblia e se esquecer de viver o seu ensinamento. Isso é uma tristeza. Se colocarmos os ensinamentos sagrados em prática estaremos mais dignos da celebração em que Cristo vence a morte. É este o sentido da quaresma.

 

 

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