Depois de um período de preparação para a chegada terrena de Deus, fato que ocorre no dia 25 de dezembro, nos alegramos tão efusivamente com esta vinda que a celebramos por um período de duas semanas. Agora que o ano civil teve início, na liturgia, também a missão de Jesus se inicia. Para tanto ele se apresenta humildemente em meio do povo para se batizar por seu primo João, aquele que é conhecido como o “Batista”. Como bem sabemos por meio de diversas leituras bíblicas, que pudemos ouvir durante o ano, e bem mais recentemente no Advento e Natal, é ele o precursor, aquele que prepara o caminho.

Todos os quatro evangelistas mencionam a missão de João Batista e o batismo de Jesus. É neste momento que explicitamente a tríade divina se manifesta por meio de sinais visíveis a que muitos testemunharam. O Pai fala e o Espírito Santo aparece em forma de pomba quando Cristo mergulha nas águas do Jordão. Depois de celebrarmos a Epifania, a manifestação do Cristo menino ao mundo, ele salvador da humanidade, no batismo esta manifestação chega a outro patamar, pois é como o selo divino, pois é o Pai que fala. Não é mais uma mensagem simbólica através da estrela, mas a voz de Deus que com sua força tudo cria e recria.

É neste ato batismal que Jesus sai do anonimato e passa a ser visto e conhecido. Aliás, quem faz sua apresentação é o próprio João quando diz: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” (Jo 1,29). Com esta frase o Batista tira toda e qualquer dúvida daqueles que achavam ser ele o Messias. “Eu não digno de desamarrar suas sandálias!” (Jo 1,27)

É por meio da celebração do Batismo do Senhor que inegavelmente recordamos nosso próprio batismo. Renovamos desta maneira nossa missão perante a comunidade e o mundo. É o ato sacramental que nos faz filhos de Deus. É um dom que nos eleva a membros da família de Deus. Ele nos acolhe. A comunidade nos acolhe.

A Igreja ensina e apresenta alguns sinais visíveis realizados durante a cerimônia do batismo. São eles: o sinal-da-cruz: sinal máximo do Cristão. Afasta a todo o mal e marca na alma que somos propriedade de Deus; o óleo é a unção, dom do próprio Espírito Santo; a água, sinal da purificação de todas as impurezas do pecado, do qual todo ser humano é inerente; as vestes brancas, são o sinal da pureza divina. Quer dizer que nos revestimos de Cristo; a vela representa a luz de nossa fé. Acesa pelos padrinhos deve esta luz alimentar a vida do neófito. Os padrinhos serão aqueles que acompanharão o novo cristão de maneira mais próxima, auxiliando os pais na formação humana, cultural e religiosa.

O batismo é um dos sacramentos da iniciação cristã, seguido pela 1ª Comunhão, a Eucaristia e Crisma, quando já estamos bem formados na fé, confiando sempre no poder da Santíssima Trindade que age em nós. Para os cristãos é costume batizar os filhos ainda crianças, mas há muitos casos de conversões de adultos que desejam receber os sacramentos, sendo para isso preparados com a catequese. Algumas paróquias e comunidades acolhem estes adultos desejosos de se tornarem cristãos, oferecendo-lhes os ensinamentos necessários da nossa doutrina, fortalecendo desta maneira, a fé da igreja.

Mergulhando nas águas do batismo tornamo-nos cristãos. Ao celebrar o batismo de um novo cristão, recordamos também o nosso próprio batismo. E como Jesus inicia sua missão após seu batismo, tornamo-nos também nós novos missionários ao nos banhar nas águas batismais. É o Espírito Santo que nos faz caminhar e falar por ele por onde quer que iremos nós. Não é apenas falar que somos cristãos, é agir como tal. Só assim reconhecerão que somos discípulos do Cristo. (Jo 13, 35)

 

 

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