Para além dos dias 19 de março e 1º de maio, em algumas outras datas do ano lembramos a figura de São José, seja por meio das leituras litúrgicas ou por um aspecto da vida de Jesus em que o santo patriarca encontra-se presente no relato.

Ao aprofundar sobre a figura de José, nos últimos anos têm surgido devoções mais intensas para com ele. O Papa Francisco, ainda no primeiro ano de seu pontificado emitiu um decreto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, em 1º de maio de 2013, incluindo a menção a São José em algumas orações eucarísticas do Missal Romano, algo que já vinha sendo preparado pelo Papa Bento 16. Naquele mesmo ano o papa divulgou uma imagem de São José dormindo, indicando o momento do sonho no qual o anjo lhe conta sua missão de cuidar do filho de Deus e da mãe deste filho, sua esposa Maria. O mesmo Papa Francisco divulgou outra imagem de São José, agora segurando o menino Jesus no presépio, lembrando a importância do pai ajudar a mãe na tarefa de cuidar do filho, ainda recém-nascido, permitindo à mãe descansar.

Estas imagens divulgadas pelo papa demonstram sua devoção particular e que tem ajudado ainda mais a propagar a devoção ao esposo de Maria.

Em dezembro último (2020), por decreto, o Papa Francisco instituiu o ano de 2021 o ANO JOSEFINO, comemorando os 150 anos da promulgação do decreto da Sagrada Congregação dos Ritos, com o qual o Papa Pio 9º, em 1870, declarou São José, padroeiro da Igreja universal.

Sabe-se muito pouco sobre José. Nos relatos bíblicos não temos nenhuma frase pronunciada por ele, mas suas ações foram das maiores. Ele cuidou, deu nome e paternidade terrena a Jesus, o Deus encarnado. Além disso, ele é sempre lembrado como um homem justo, o que não é pouca coisa.

Ao longo da história da Igreja a figura de São José foi sendo reconhecida e ganhando maior destaque. Após Pio 9º ter proclamado o santo como padroeiro da Igreja Universal, como vimos, Leão 13 o citou como modelo de esposo e de pai com a proclamação da Festa da Sagrada Família, em 1883, para ser celebrada no domingo seguinte ao Natal, ainda nas comemorações da Oitava.

O Papa quis indicar a Família Sagrada, o pai, a mãe e seu filhinho como exemplo de família, principalmente em nosso tempo em que a família vem sendo ameaçada. A liturgia dá atenção especial aos papeis dos membros da família, o respeito mutuo entre cada um e a memória daqueles que vieram antes de nós. No presépio eles estão presentes diante do menino frágil e indefeso, recebendo sua assistência. Estes pais ficam surpresos com a visita da gente simples, os pastores com alguns de seus animais, e dias depois, com a visita de gente estrangeira, reis e magos a presentear a criança.

Foram, aliás, estes curiosos presentes que ajudaram na subsistência da Sagrada Família refugiada em terra estrangeira, no Egito, proporcionando a proteção do Menino Jesus, de Nossa Senhora e de São José. E o santo varão, o chefe desta família foi quem administrou tais riquezas, orientando sua esposa em tudo o que eles deviam fazer.

Bento 15 depois da Primeira Grande Guerra recorreu ao santo e o indicou aos cristãos como seu grande intercessor. Pio 11 disse ser ele modelo de trabalhador no meio operário, que à sua época fervilhava com greves e outras perturbações anarquistas e comunistas. Seu sucessor, o Papa Pio 12, em 1955 instituiu a memória de São José operário, demonstrando ao mundo, e, sobretudo para aos trabalhadores cristãos, a figura de São José como um exemplo de trabalhador que exerceu seu ofício de carpinteiro de maneira humilde e sincera.

Poucos sabem, mas o Papa João 23 declarou São José como o celeste protetor do Concílio Vaticano 2º, realizado entre os anos de 1962 e 1965. Já o Papa João Paulo 2º em 1989, escreveu uma Exortação Apostólica intitulada Redemptoris Custos, sobre a figura e missão de São José na vida de Cristo e da Igreja, um importante documento de cunho devocional e teológico, obra de máxima relevância para todo cristão católico.

São José é também o padroeiro da boa morte. Ao celebramos o ano de São José em 2021 levamos em consideração as realidades que temos vivido, principalmente com a dor da perda e os demais sofrimentos causados pela pandemia da COVID-19. Recorramos ao santo e a ele clamamos: “Valei-nos, São José!”.

 

 

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