A fascinante figura de Maria vem sendo debatida desde a antiguidade. Perguntou-se quem ela era e qual sua importância para a história da salvação. Tornou-se uma das personagens de grande relevância do cristianismo, mas também venerada por muçulmanos.

Maria é, antes de tudo, uma personagem histórica. Os relatos evangélicos nos informam que ela foi escolhida por Deus para ser Mãe de Jesus Cristo. Era virgem e assim continuou, mesmo depois do parto, apesar de ter se comprometido em casamento com José, que respeitou os desígnios divinos. Após a morte de Jesus e sua consequente ressurreição e ascensão, viveu com o apóstolo João. A tradição ensina que Maria não morreu, mas dormiu, sendo elevada aos céus por anjos, pois sua pureza foi levada em conta por Deus, que não permitiu que ela, como as demais criaturas, morresse e seu corpo se deteriorasse. Foi assim, elevada de corpo e alma.

Ainda no século 3º se buscou esclarecer sobre sua pessoa, sendo confirmada pelo Concílio de Éfeso, em 431, por dogma, como Mãe de Deus. A partir de então, igrejas foram erguidas tendo o seu patronato, sendo a primeira a Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Depois desta igreja, numerosas outras com o patrocínio mariano surgiram em diversos lugares do mundo, sendo Maria a figura mais venerada no cristianismo.

Há a necessidade de explicar que a qualquer pessoa humana não é lícito o ato de adoração. Adorar é uma atitude prestada exclusivamente a Deus. Portanto, nem a Maria, nem aos demais santos se deve adorar, como bem ensina a Igreja. Eles são venerados como personagens sublimes que superaram diversos obstáculos e chegaram definitivamente até ao Reino de Deus, que é a morada dos Santos. Por sua vida exemplar tornaram-se exemplos para nós. A veneração prestada a Maria é diferente à dos demais santos, pois ela carregou o Santo dos Santos dentro de si, sendo desta maneira o primeiro sacrário vivo do Deus vivo.

Com o passar do tempo a veneração e amor a Maria foi se desenvolvendo entre o mundo cristão, ganhando Maria diversos nomes conforme  a toponímia (nome do lugar) e também as suas virtudes. Alguns títulos marianos fazem referência a aparições, como por exemplo, Guadalupe, Lourdes e Fátima. Outros dizem respeito a milagres realizados ou atribuídos a partir de sua intercessão.

Uma lista de títulos mariológicos que os católicos costumam recitar como súplicas é a Ladainha Lauretana, mais conhecida como Ladainha de Nossa Senhora, recitada pela primeira vez no santuário mariano de Loreto, Itália, no século 16, demonstrando que apesar de ser uma só, Maria tem muitos nomes, pois age e se apresenta de várias formas. Ela é Mãe, é Virgem, é Rainha, é Senhora nossa.