Hoje é realizada a tradicional lavagem do Bonfim, em Salvador, na Bahia.O tema da Lavagem desse ano será “Celebrando o Ano Santo da Misericórdia, subiremos a Colina Sagrada para encontrar Jesus, o Senhor do Bonfim, Rosto Misericordioso do Pai”.

A Lavagem das Escadarias do Bonfim é considerada a segunda maior manifestação popular da Bahia e a maior manifestação religiosa popular da Bahia. Se repete todos os anos e reúne milhares de pessoas e acontece sempre na segunda quinta-feira do mês de janeiro após o dia de Reis.

Não se sabe exatamente, quando aconteceu a primeira Lavagem. Existem algumas possíveis origens, mas tudo leva a crer que o ritual teve início no século XIX.

A lavagem festiva começa com a saída, pela manhã, do tradicional cortejo de baianas da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, o qual segue a pé até o alto do Bonfim, para lavar com vassouras e água de cheiro as escadarias da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim.

Onde católicos e adeptos do candomblé percorrem juntos 8 km de ruas baianas, cantando hinos de adoração às duas principais divindades de cada crença, configurando um dos maiores exemplos brasileiros do fenômeno de fusão de religiões conhecido como sincretismo.

O culto ao Senhor Bom Jesus do Bonfim, na Bahia, nasceu em 1740, com a vinda a Salvador do Capitão de Mar e Guerra, o português Theodózio Rodrigues de Faria.

O capitão, pela grande devoção que tinha ao Senhor do Bonfim, através da imagem que se venera em Setúbal (sua cidade natal), em Portugal, trouxe de Lisboa uma semelhante àquela, medindo 1,06 de altura, e compondo o conjunto, um aparelho de prata (com barra decorativa, ponteiras, cartela com inscrição INRJ, resplendor, cravas com pedras preciosas, coroa de espinhos e uma pequena placa onde se lê “feita no ano de 1853, sendo tesoureiro Manoel Martins Torres”), e com permissão do Arcebispo Dom José Botelho de Matos, fê-la colocar e expor à adoração dos fiéis. O motivo principal de Theodózio foi “eternizar a graça de não ter morrido no naufrágio da embarcação que o trazia de Portugal à Bahia”.

No domingo acontece a Festa do Bonfim, os devotos se reúnem na Igreja dos Mares para a procissão dos Três Pedidos, que percorre o largo de Roma em direção ao Bonfim. Na chegada à Colina do Bonfim, os fiéis dão três voltas em torno da Basílica, fazendo três pedidos. Uma pregação, bem como uma missa solene e a bênção do Santíssimo Sacramento encerram os festejos.

 

Na tradição popular, a fita do Senhor do Bonfim é enrolada duas vezes no pulso e amarrada com três nós. A cada nó precede um pedido, realizado mentalmente, e que deve ser mantido em segredo até a fita se romper por desgaste natural. Significa que os desejos ou pedidos foram atendidos.