Frei Galvão nasceu em 1739, em Guaratinguetá, interior de São Paulo, e iniciou sua vida religiosa aos 13 anos de idade, quando foi estudar no Seminário dos Padres Jesuítas, em Belém, na Bahia, de 1752 a 1756.

Dedicou toda sua vida à caridade e à missão de disseminar a Palavra de Deus junto aos necessitados. Percorrendo dezenas, muitas vezes centenas, de quilômetros a pé, ele cumpria a sua missão de bondade, caridade e entrega ao próximo. Por isso esse santo era chamado de “O homem da paz e da caridade”. 

Em 11 de julho de 1762, frei Galvão foi ordenado sacerdote e transferido para o Convento de São Francisco na cidade de São Paulo. Em 1770, foi convidado para ser membro da Academia Paulistana de Letras. Isso porque ele compunha peças poéticas em latim, odes, ritmos e epigramas. Suas composições foram sempre cheias de profundo sentimento religioso e patriótico. 

Em 2 de Fevereiro de 1774, fundou juntamente com Madre Helena Maria do Espírito, o Recolhimento de Nossa Senhora da Luz, hoje conhecido como Mosteiro da Luz. Acompanhou a construção do local, passo a passo, como seu diretor e arquiteto, muitas vezes, juntando-se aos trabalhadores e os ajudando no pesado trabalho. Ao todo, Frei Galvão dedicou 48 anos de sua vida à construção do prédio. Devido ao exemplo de dedicação e amor à missão e a essa obra, ele é considerado o “Padroeiro da Construção Civil no Brasil”. 

As pílulas de Frei Galvão surgiram em um certo dia que pediram a Frei Galvão que orasse por um jovem que se debatia com fortes dores. Compadecido, lembra-se do infalível poder de intercessão da Virgem Maria, por isso toma um pequeno pedaço de papel e nele escreve estas palavras do Ofício de Nossa Senhora: “Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta. Mãe de Deus, intercede por nós”.

Em seguida, enrola-o no formato de um minúsculo canudo, em forma de pílula, e pede que o deem ao rapaz para que o tome como um comprimido, com a seguinte recomendação: “Leve ao enfermo e diga-lhe para tomar isso com fé e devoção a Virgem Maria”. Confiante na intercessão de Nossa Senhora, o enfermo o ingere, expele os cálculos sem dificuldade e imediatamente recebe a graça da cura. Posteriormente, o santo tem a mesma atitude com uma mulher que corria o risco de morte no parto. Ela e o filho se salvaram.

Essa é a origem das pílulas de Frei Galvão, que, desde então, têm sido frequentemente procuradas pelos seus devotos, e até hoje são distribuídas gratuitamente pela Igreja em vários locais do Brasil.


Em 1811, Frei Galvão fundou o Convento de Santa Clara em Sorocaba. Onze meses depois, voltou para o Convento de São Francisco, em São Paulo. Nos últimos anos de sua vida, já sentindo dificuldade de caminhar do convento franciscano onde morava até o Mosteiro da Luz para orientar as irmãs e atender o povo, Frei Galvão conseguiu permissão do Bispo Mateus de Abreu Pereira e de seu tutor para ficar no Mosteiro que ajudara a criar e que era sua vida. Ali, Frei Galvão atendia o povo, orientava, aconselhava, rezava pelas pessoas e ensinava as irmãs. 

Frei Galvão faleceu em Dezembro de 1822 e foi enterrado na capela do Mosteiro da Luz, onde se encontram até hoje os seus restos mortais. Em 1938, teve início seu processo de beatificação. Em 1998 foi declarado beato, em Roma, por João Paulo II, que o chamou de “doçura de Deus”. Foi oficialmente canonizado pelo Papa Bento XVI no dia 11 de maio de 2007, durante sua visita ao Brasil, tornando-se o primeiro santo brasileiro.